As organizações evoluem continuamente, sendo a tecnologia o foco do desenvolvimento. Mas mesmo assim, há habilidades humanas que estão a ganhar uma extraordinária importância. Sendo a liderança, sem dúvida, umas das skills mais procuradas.
Nos meus anos de carreira como Diretor de Marketing & Membro de Comités de Direção, foi uma das áreas onde mais investi. Porquê? Percebi que ser um bom líder era crucial para ter sucesso em ambientes complexos e de contínua mudança.
A liderança não é algo que aprendemos de um dia para o outro. Há uma parte de conhecimento, mas principalmente é uma questão de prática e rotinas, e isso precisa de tempo.
Trabalho com um Framework de Liderança, que ajuda a profissionais a evoluir substancialmente nas suas skills de líder. É uma formação que para além dos princípios fundamentais, tem como base práticas e rotinas que ajudam a incorporá-las no dia a dia: 100% adaptado a qualquer tipo de trabalho/responsabilidade/senioridade.
Estas são as 7 áreas que incluo neste Framework de Liderança:
1. Influência e Proatividade.
Há uma ligação direta entre liderança e foco. Quanto mais foco, maior é a probabilidade de sermos bem-sucedidos.
Mas é preciso que o foco esteja naquilo que realmente podemos controlar. A nossa proatividade bem direcionada às nossas áreas de influência, terá uma alta correlação com o sucesso.
Existem algumas ferramentas e métodos para identificar “o que está no nosso controlo” e “o que não está”, como lidar com o conflito nessas situações, e como comunicá-lo.
Este é o premer ponto para melhorar as capacidades de liderança, ter o foco apenas no que podemos controlar. Não há segredos, só rotinas.
2. Visualização.
Antes de iniciar o seu journey, os exercícios de visualização são altamente recomendados. A visualização é muito utilizada em várias disciplinas, por exemplo, atletas de alta competição.
É fundamental para estabelecer os nossos objetivos conseguir visualizá-los. Há várias ferramentas e metodologias que ajudam a marcar objetivos de uma forma eficiente. As minhas favoritas são:
– Metodologias “future-back”: que são de grande ajuda quando fazemos o cascading dos objetivos em micro – objetivos, e quando fazemos a divisão por áreas ou departamentos.
– Os OKRs (Objective Key Results): que ajudam a definir os objetivos de forma muito específica, e permitem-nos fazer tracking do progresso de forma simples.
Uma vez visualizados os objetivos, precisamos definir os nossos vários “papeis” (sim, podemos ter papéis diferentes), e como cada um deles ajuda a consecução dos objetivos.
Ex. tenho um papel como líder, gerindo as minhas equipas de vendas / tenho um papel como key account liderando o P&L do meu cliente / tenho um papel como coach interno, pois preciso de trabalhar as soft skills da mina equipa /etc.
3. Fazer escolhas.
Tudo é importante, e tudo precisava de ser feito para ontem…. É o que pensamos/sentimos continuamente… Mas sabemos que não é verdade.
Faz um exercício simples:
– Junta os teus vários “papeis profissionais” (líder, executivo, professor, mentor, etc.) aos teus “papéis pessoais” (mãe, marido, amigo…).
– E agora começa a planificar a agenda semanal com todos e cada um dos papéis… O que vai acontecer? ##ERROR, ##ERROR, ##ERROR, ##ERROR.
Conclusão, fazer escolhas não é uma escolha, é uma obrigação. E trabalhar com foco, nos vários papeis que ajudam de forma direta a atingir os objetivos, é o caminho.
4. Capacidade de nos colocarmos no lugar do outro.
Para liderar, precisamos conhecer em que contexto lideramos.
A primeira coisa que devemos fazer é desenhar o nosso mapa de influência & interesses. A segunda coisa, é um exercício que vai ajudar-nos imenso: uma simulação real de situações de liderança onde a pessoa “atua” assumindo o papel de cada um dos intervenientes. É altamente eficaz na descoberta das motivações das outras pessoas.
Como resultado desta fase, trabalharemos para soluções win-win. E conseguiremos ser mais eficientes e orientados aos objetivos.
5. Coaching Mindset.
Nesta parte do framework, o objetivo é mostrar como algumas das habilidades-chave do Coaching podem fazer a diferença em situações de liderança.
Como exercícios de role play podemos começar a treinar as mais-valias das Coaching skills: escuta ativa, perguntas poderosas e comunicação direta entre outras.
São hábitos, que uma vez construídos, farão naturalmente parte do nosso comportamento inconsciente.
6. Define as regras.
Para ser eficaz e estar na mesma página que a equipa e stakelholders, é fundamental estabelecer uma linguagem e comportamento comum, que idealmente, devem ser cocriados para garantir o envolvimento e a motivação da equipa.
Uma vez é implementado, o nível de autonomia e eficácia melhorará progressivamente.
As metodologias de Team Coaching são as melhores para processos de cocriação.
7. Cuide de si.
Os propósitos pessoais também são importantes num contexto de liderança. Porquê? Porque os papéis “pessoais e profissionais” não funcionam de forma isolada. Existe influencia mútua entre os dois.
E os propósitos pessoais, contribuem de maneira significativa para melhorar o desempenho.
Em Sumario:
As capacidades de liderança não são negociáveis atualmente. É relevante investir tempo, e há multitude de fontes de informação (livros, podcasts, google, conferências, etc.), mas é extremamente importante a parte prática.
O meu foco está na prática, sendo as mais-valias:
– Aprender através de situações reais.
– Ferramentas e metodologias simples.
– Aplicável no dia a seguir.
Temos de encontrar o nosso próprio caminho como líderes. Não há escusas para começar a melhorar as nossas skills de liderança desde hoje.